ABNA Brasil: O Dia Mundial da Menina é uma oportunidade para refletirmos mais uma vez sobre a joia preciosa que Deus depositou na existência das filhas: a joia da delicadeza, da fé, do intelecto e da educação. Este dia não é apenas um lembrete do direito à educação e à igualdade de oportunidades, mas um alerta para a consciência global de que educar uma filha significa educar o futuro, e respeitar uma filha é garantir a saúde ética e cultural de uma nação.
Na visão do Alcorão, as filhas são um sinal de misericórdia e bênção, não de fraqueza ou incapacidade. Em um versículo sutil, Deus censura os corações da Jāhiliyyah (Ignorância) que se irritavam ao ouvir a notícia do nascimento de uma menina:
"E quando é anunciado a algum deles o nascimento de uma fêmea, o seu rosto se enegrece, enquanto ele está dominado pela raiva." (Sura An-Nahl, versículo 58)
Mas esse mesmo Deus, no curso subsequente da criação, fez surgir da mulher e da filha uma geração da qual emergiram Profetas, Imāms e heróis. O Mensageiro de Deus (S.A.A.W.) disse: "Quem tiver uma filha, educá-la e lhe der uma boa educação, e ensiná-la e lhe der um bom ensino, ela será um véu para ele contra o Fogo [do Inferno]." Educar uma filha é educar o paraíso; uma educação que se torna o refúgio do ser humano neste mundo e no Além.
Nenhuma civilização perdura sem mulheres conscientes e filhas cultas. As filhas são as mães de amanhã; as educadoras da consciência, da fé e da liberdade nas futuras gerações. Elas são as primeiras professoras de crianças que amanhã se levantarão no campo da justiça e da defesa da verdade.
Na cultura islâmica, educar uma filha não significa apenas ensinar habilidades e conhecimento, mas sim nutrir um espírito para forjar seres combatentes da opressão, pessoas de fé e heróis. Senhoras como Hazrat Fāṭimah Zahra (S.A.), Zaynab Kubra (S.A.) e Fātimah Ma'ṣūmah (S.A.) não foram apenas símbolos de pureza e fé, mas também porta-bandeiras da visão, da coragem e da resistência contra a tirania. Do seio de tais mulheres surgiram filhos que se tornaram faróis de orientação na história da humanidade; desde o Imām Husayn (A.S.) até aos heróis da defesa da verdade em todas as épocas. Portanto, educar uma filha significa cultivar as sementes do despertar e da justiça na terra.
Num mundo onde a mídia e o consumismo, por vezes, trivializam a identidade das filhas, o retorno aos ensinamentos do Alcorão e de AhlulBayt (A.S.) é uma necessidade vital. O Islã não vê a filha meramente como um segundo sexo, mas como o eixo do desenvolvimento humano e a arquiteta da civilização monoteísta (Tawḥīdī). A jovem muçulmana de hoje brilha nos campos da ciência, tecnologia, arte e fé; ela nutre uma nova geração de heroínas e visionárias que nem se calam perante a opressão, nem perdem a sua identidade face à invasão cultural.
Ela sabe que a sua missão não está apenas em nutrir o corpo, mas em despertar as almas; uma missão que Hazrat Zaynab (S.A.) lhe ensinou em Karbalā' e Fāṭimah Zahra (S.A.) lhe confiou com o seu coração em sofrimento. Cada menina que cresce com fé, conhecimento e dignidade está, na verdade, a assentar a pedra fundamental de uma sociedade baseada na justiça, na liberdade e na dignidade.
O Dia Mundial da Menina é um dia para a reflexão: refletir sobre como devemos tornar o mundo mais seguro, mais puro e mais divino para as filhas. No mundo da comunicação de hoje, a segurança verdadeira é moldada pela fé e pela cultura. Uma sociedade onde as suas filhas crescem com intelecto, castidade, fé e autoconfiança, nenhuma força pode a pôr de joelhos.
Como disse o Imām Khomeini (R.A.): "Do seio da mulher, o homem ascende à ascensão espiritual (mi'rāj)." Se o seio das filhas for um seio de fé pura e dignidade, a próxima geração será uma geração que combate a opressão, heroica e que busca a verdade. Hoje, o mundo precisa mais do que nunca da visão alcorânica sobre a filha; uma visão que a considera um farol de orientação, fonte de conforto e nascente de bênção.
O Profeta (S.A.A.W.) disse: "As melhores de vossas crianças são as filhas; as que trazem conforto (mu'nisāt) e as abençoadas (mubārakāt)." Portanto, não apenas neste dia, mas em todos os dias, devemos honrá-las e encarar a sua educação como uma responsabilidade sagrada; pois cada menina que cresce com fé, sabedoria e dignidade é um grande passo em direção à construção de um mundo mais justo, mais gentil e mais divino.
Pela: Elnaz Musavi Yektā Pesquisadora na área de Mídia e Estudante na Jāmi'at az-Zahrā' (S.A.)
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